Neste momento encontro me embaixo do cobertor, não confortavelmente como já estive outrora, mas com as ideias claras trazidas de um pensamento de trajeto de ontem. O período de tempo entre um lugar à outro costumo ler, estudar ou pensar nas interações sociais e o meu posicionamento quanto ao comportamento das outras pessoas. Procuro também analisar o perfil dos outros em comparação com o meu. Um bom observador dirá que essas são características de Asperger mas quem pode provar? De qualquer modo, não é este o ponto que venho inflamar, e sim a própria teoria que ainda não passou pelo trabalho de verificação de pontos de falha.
Usualmente, pessoas que se deleitam com interações sociais normais estão acompanhadas de pessoas que gostam e podem tê-la como suporte, o que é de se esperar de um ser humano que não foge de sua própria natureza, de forma que, ainda com sentimentos benévolos à solidão intermitente, uma companhia ainda é de grande ajuda.
Entretanto, percebo que - e talvez muito subitamente - sou mais solitário do que considero suportável. A percepção só veio após uma interação a qual não havia tido ainda. Não deixarei detalhes deste caso, mas basta saber que não houve nada diferente das conversas as quais costumo travar, mas o sentimento que me provocou que despertou meu senso de posição na conversa, a qual eu me coloquei.
E por alguns dias ainda sofri por pensar isto, mas agora percebo que é uma evolução social da qual só posso agradecer por saber que existe. Mesmo que minha vida seja fragmentada com fases de elevação e diminuição de pontos de vista - não gosto da palavra sentimento - não vejo outra alternativa se não mergulhar nesta fase da forma que minhas forças suportarem.
Ainda há alguns dias me veio um lapso de ideia que pode ser visto como normal: Minha vida está passando e não estou fazendo nada. Acredito que todo este bombardeio de fragmentos de frustração de inexperiências me fizeram enxergar meu cérebro. Parar de observar as pessoas e ser meu próprio observador. Acredito que este seja meu ano renovador.
